terça-feira, 7 de abril de 2009

Pesquisadora encontra 77 espécies de borboletas em reserva de MT

Durante 6 meses, ela montou armadilhas com frutas na floresta.Após identificados, insetos foram libertados.
Dennis Barbosa Do Globo Amazônia, em São Paulo

A pesquisadora atrai as borboletas para armadilhas de tela como esta usando banana fermentada como isca. Foto: Divulgação/Ibama


Entre as 77 espécies encontradas pela pesquisadora está a gigante Caligo idomeneus, que tem mais de 20 cm de comprimento. Foto: Divulgação/MMA


A presença de muitas borboletas é um indicativo de que a floresta está bem preservada porque elas são afetadas rapidamente por mudanças ambientais. Foto: Divulgação/MMA

Um trabalho de pesquisa feito numa reserva no noroeste de Mato Grosso reafirma a grande biodiversidade da Amazônia: em seis meses de trabalho, a bióloga e funcionária do Ibama Cibele Xavier encontrou 77 espécies diferentes de borboletas na Estação Ecológica de Iquê, em Juína.
Ela ainda encontrou oito borboletas que não conseguiu identificar e que poderiam ser de espécies ainda não catalogadas, o que será confirmado com pesquisas adicionais.
Cibele foi a primeira pesquisadora a trabalhar na Estação Ecológica de Iquê após 13 anos, devido à dificuldade de acesso ao local. Para encontrar essa variedade de borboletas, ela instalou armadilhas com bananas fermentadas, que atraem os insetos frugívoros (que se alimentam de frutas).
Após ficarem presas nas armadilhas, as borboletas foram identificadas, fotografadas e libertadas. Apenas alguns exemplares tiveram de ser sacrificados para servir de amostra para outros pesquisadores que venham a atuar na região.
A Estação Ecológica de Iquê tem 2 mil km² e fica numa área de transição entre o cerrado e a floresta amazônica. Como explica a bióloga, isso aumenta sua biodiversidade, já que ela tem espécies características dos dois tipos de vegetação. O estudo da flora e da fauna da reserva é importante para que seja elaborado um plano de manejo para a área. Este plano inclui, por exemplo, por onde podem ser abertas trilhas que permitam aos cientistas circular pela floresta. Cibele fez a coleta de borboletas numa área equivalente a apenas 5% da estação ecológica porque, pela falta de caminhos, não podia ir muito longe da sede da reserva.
Apesar de se situar numa região com problemas de desmatamento, a bióloga verificou que a Estação de Iquê está bem conservada. “Os problemas ambientais estão mais no seu entorno”, diz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário